Por Mari Velasquez, co-Fundadora e Gestora da Comunidade Temple of Runner.
Sabe de que sonho eu estou falando? Do sonho de correr nada mais nada menos do que a maior prova de revezamento por extensão da América Latina: a Volta à Ilha. Uma prova que dá a volta na ilha de Florianópolis inteira, totalizando 140 km de percurso. Uma prova que já carrega consigo muitos anos de história, mas que agora também vem fazendo história com a comunidade Temple.
Bateu a curiosidade? Então segue aqui comigo, que eu vou te contar mais detalhes…
Eu sou a Mari Velasquez, psicóloga, comunicadora e fundadora da comunidade Temple of Runner – mais conhecida como Temple, nascida e criada em Floripa, mas que agora vem ganhando força e membros por todo o Brasil.
Tudo começou em 2024, quando recebemos um convite e uma oportunidade de participar, pela primeira vez, desta prova icônica. Naquela ocasião, tínhamos pouco tempo e um grande sonho.
Até o dia da prova, eram cerca de dois meses apenas para organizar tudo e realizar esse feito. Já fazia algum tempo que queríamos correr essa prova, mas ainda não tínhamos tido a chance de fazer isso do jeitinho que sonhávamos.
Queríamos não só participar, mas retratar fielmente o quão mágica poderia ser essa experiência — vivida com a intenção do verdadeiro running vibes e o espírito de camaradagem entre amigos corredores.
Queríamos correr a prova e, mais do que isso, produzir um filme sobre ela. Não um vídeo de rede social. Queríamos um FILME mesmo. Tá entendendo agora o tamanho desse sonho?
Há meses nós pesquisávamos sobre a prova e, mais do que isso, víamos ela acontecer ano após ano no quintal de nossas casas. Mas sabíamos que ainda não havia nenhum material que retratasse a verdadeira alma do negócio.
E se tem uma coisa que a Temple gosta de fazer, é refletir sobre a ALMA das coisas. Participar do Volta à Ilha, pra gente, é uma experiência cheia de alma, de coletivo, de humanidade.
E nada é por acaso. Nada mesmo. Então vamos de contexto? Segue o fio…
Por aqui, acreditamos fielmente que, quando agimos com verdade e seguimos a força do nosso coração, as coisas simplesmente desenrolam e acontecem — e aqui na Temple estamos aprendendo a confiar muito nisso.
Em 2024, nem cogitávamos mais ter uma vaga nessa prova. Já não daria mais tempo e estávamos bem conformados. Sabe aquele sentimento de “quem sabe em 2025?” Pois é…
Eis que, durante o primeiro grande corre que a Temple realizou no Rio de Janeiro, em fevereiro de 2024, rolou uma conexão forte com um corredor de lá. E não é que ele tinha em mãos a oportunidade mágica para montarmos uma equipe de 8 corredores? (Alô Rafael Casimiro, alô MCP — vocês fazem parte disso, viu?! Muitoooo obrigada!)
Abraçamos a oportunidade e seguimos em frente com a intenção de provar ao mundo a frase que conduz a nossa história desde 2023: SOMOS ENTUSIASTAS DO ESPORTE INDIVIDUAL MAIS COLETIVO QUE EXISTE. E o nosso filme viria ao mundo para provar exatamente isso!
E ele veio! ASK ME WHY? nasceu dessa história e já está no ar para todo mundo assistir.
Trouxemos reflexões profundas sobre o que nos faz correr. O que nos leva a escolher desafios extremos? São motivações individuais? O que passa pela nossa cabeça enquanto corremos? O que vemos nos olhos de outro corredor que cruza o nosso caminho? O que nos move? E, acima de tudo: Por quê?
Depois de um tempo de filme no ar, como já era de se esperar, inspiramos muitas outras pessoas a fazerem algo extraordinário juntas. Porque acreditamos que os passos que damos sozinhos são fundamentais, mas os passos que damos juntos têm o poder de transformar tudo. E talvez a nossa sociedade esteja implorando por mais passadas coletivas, vocês não acham?
Nossa comunidade já vinha crescendo muito desde 2023, e agora, em 2025, tínhamos a certeza de que levaríamos muito mais força para percorrer os terrenos mistos dessa prova memorável.
Com muita entrega, trabalho, empenho, logística, organização — e um tantinho de sorte — conseguimos 4 vagas para levar 4 equipes em nome da Temple.

Desde o início, todos os membros sabiam qual seria o nosso fio condutor: essa não seria uma prova para aspirações e conquistas individuais. Essa seria uma jornada da nossa comunidade. Uma experiência transformadora de algo muito profundo dentro de cada um de nós — e, especialmente, dentro do nosso coletivo.
Éramos 42 modern runners (apelido carinhoso da nossa comunidade) presentes ali, mas representávamos muito mais. Representávamos os 3 mil seguidores do Instagram, os mais de 500 membros da comunidade no WhatsApp e, mais do que isso, um inconsciente coletivo fervoroso que vem tomando conta das ruas do mundo inteiro.
Foram cerca de 13 a 14 horas de prova. Um dia inteiro que poderia ser lembrado em slow motion. Cada equipe em sua van, com seu apoio de moto, vivendo a sua própria atmosfera. Cada equipe no seu tempo, no seu passo, no seu ritmo — mas o tempo inteiro conectadas por um mesmo fim. Coincidentemente (ou não), nos cruzávamos em muitos momentos da prova. Celebrávamos juntos algo tão grandioso que nem nós mesmos saberíamos nomear.
Quando volto no tempo e me conecto com aquele sentimento, tenho agora a certeza de que estávamos celebrando a VIDA. Aquilo tudo já não era mais sobre a corrida. Era sobre o poder de pertencer, de ter amigos, de sentir o corpo vivo, forte, capaz — e de fazer algo por um bem maior que nós mesmos.
Era uma celebração da dissolução do ego de cada um, em nome de uma realização coletiva. Talvez você aí, leitor, até consiga se conectar com o que estou descrevendo… mas, honestamente, não sei se consigo transmitir o quão profundo é esse sentimento. Ele tem uma natureza sutil, mas uma potência imensa.
E depois de passar pelos 19 postos de troca, depois de muitas chegadas e partidas individuais, de muito suor e força pessoal, sabem qual foi a nossa maior emoção? Atravessar a linha de chegada todos juntos.
Cada equipe que chegava, ficava na espera da próxima. Sem pressa, sem anseio, mas com uma espécie de saudades! Até que, enfim, atravessamos a linha de chegada. 42 corredores e mais alguns membros que estavam na torcida. Um bando de gente verdadeiramente conectada. Amigos que se conheceram ali, mas pareciam de uma vida inteira. Porque afinal de contas, o tempo é muito relativo, né? E a vida acontece mesmo é na presença genuína.
Foi uma linha de chegada que extravasava aqueles 140 km intensos — mas também extravasava nossa entrega e vulnerabilidade sem medidas. Algo que nenhum número seria capaz de contabilizar.
Relatos sinceros, medos, choros, risos… e um misto de tudo o que seres humanos em sua natureza mais viva são capazes de vivenciarem juntos.
Até hoje, agora, isso arrepia a minha alma. E espero que possa arrepiar a sua também.
Bom, por hoje, estamos chegando ao fim… E isso tudo que vim contar aqui é pra gente refletir sobre como estamos vivendo a jornada da vida. Uma pequena oportunidade para a gente se relembrar da nossa própria essência.

Se permitir enxergar o horizonte que se apresenta à nossa frente. Abraçar as oportunidades da vida, seguir as certezas do nosso coração.
Correr sozinho sim, mas sem jamais esquecer de chamar o outro para correr – e construir sentido na vida – junto com a gente. Porque a verdadeira magia da vida, para nós, está mesmo é na nossa jornada coletiva.
Corredores, nós somos muitos! E a rua está tomada por todos nós. Bora correr com mais essência, mais presença e mais verdade? Bora correr junto? Seja de onde você estiver, vem com a @templeofrunner ❤️
Agradeço pela atenção e pela companhia de você leitor(a) até aqui. Obrigada, LIVE!, por estar presente em tantas etapas da construção desse sonho. Obrigada por acreditar na força da nossa comunidade junto com a gente. E obrigada, especialmente, por nos permitir realizar.
Como sempre dizemos: o corre nunca é sozinho!
#WEARETHETEMPLE // #NEVERALONE // #WERUNASONE